Novos rumos

Sim, ao que tudo indica, parece que chegou ao fim a jornada de Bruno Senna na F1. Ontem, o site da revista Autosport confirmou que o brasileiro não participará da temporada 2013 da F1 (também, quase já não há lugar para isso) e mais: o sobrinho do Ayrton vai mudar de categoria. Passa a integrar a equipe da  Aston Martin no WEC, Campeonato Mundial de Endurance.

Nessa nova empreitada no WEC, Bruno correrá todo o campeonato na categoria LMGTE Pro e isso inclui as tradicionais 24h de Le Mans. Além de Bruno, o time britânico terá o francês Fréderic Makowiecki guiando o bólido #99. Além disso, nas etapas de Spa e Le Mans, o inglês se junta a dupla para participar.

Entretanto, a primeira corrida de Senna nesse novo desafio será nas 12h de Sebring, etapa que não faz parte do calendário do FIA WEC e sim da American Le Mans Series, e onde ele será companheiro dos experientes Darren Turner e Stefan Mücke, principais pilotos da Aston Martin.
Bruno Senna durante o GP do Brasil de 2012, sua última corrida na F1, pela equipe Williams
Bem, informações passadas, vamos ao comentário.

A carreira de Bruno parece tomar um novo rumo. À Autosport, o piloto brasileiro explicou o porquê da decisão de deixar a F1 e ir para o WEC. Segue abaixo.

"Eu quero seguir em frente e voltar a vencer corridas. E as oportunidades não existiam na F1"

Bruno Senna

Com passagens pela HRT, Renault, por algumas provas, e Williams, foram pouquíssimos os momentos de brilho do brasileiro. Lembrando assim, de cabeça, destaco apenas os GPs da Malásia e da Hungria, em 2012, e o treino classificatório em Spa-Francorchamps, em 2011, como ótimos momentos dele na categoria. No geral, Senna sempre foi bastante inconstante em classificações, tentando compensar isso com uma maior regularidade em corridas. Quase nunca funcionou no quesito resultados práticos.

Assim, Bruno viu o cerco se fechar na F1. Mesmo possuindo um sobrenome de peso e bons patrocinadores, o sobrinho do Ayrton não conseguiu um lugar no grid deste ano. E é provável que não consiga mais, apesar, repito, do sobrenome e do apoio. Bruno teve sua chance e não conseguiu se manter lá dentro. Paciência. Todos sabemos que o circo da F1 é assim mesmo.

Mas como diz o ditado, se uma porta se fecha, uma janela se abre. E sim, o WEC parece ser essa boa janela que se escancara para que ele dê prosseguimento em sua carreira.

O Mundial de Endurance, desde o ano passado co-organizado pela FIA e pelo ACO (Automobile Club de l'Ouest), é uma categoria que deverá crescer daqui pra frente. Já conta com nomes conhecidos do grande público - pilotos com passagens pela F1 -, com montadoras que parecem ter um elo firme com a categoria, com etapas tradicionais e com provas em lugares que parecem fomentar os cofres dos organizadores. E tem um público fiel também. É uma competição interessantíssima e que tive o prazer de assistir e conhecer in loco no ano passado.
Em 2013, Senna competirá no FIA WEC com um Aston Martin, como esse acima, pilotado pela dupla Turner/Mücke
Aliás, Bruno poderá contribuir em muito com esse crescimento por essas bandas, sendo um chamariz para as 6h de São Paulo deste ano que acontece no dia 1º de setembro (eu irei novamente). É uma boa forma do grande público poder conhecer a categoria e seus protótipos. E de ver e entender também que o mundo do esporte a motor não gira em torno apenas da F1. Temos inclusive dois pilotos no WEC: Lucas di Grassi, outro ex-F1 e contemporâneo de Bruno, e Fernando Rees.

Bruno Senna segue o caminho que muitos outros pilotos do Brasil trilharam antes. E vários deles obtiveram sucesso em suas novas empreitadas. Fica então a torcida para que ele encare bem esse novo desafio. E abra portas para que outros pilotos do país também tentem a sorte no mundial de Endurance.

Fotos: GPUpdate.net e FIAWEC.com
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