Eis que o assunto MotoGP no Brasil
volta à tona no noticiário esportivo com a frase: “Em 2014, já temos a garantia de que vamos ter de novo
a MotoGP no país”. Tal sentença foi proferida por Firmo Alves, presidente da
CMB (Confederação Brasileira de Motociclismo) ao programa SporTV News, durante
a apresentação das equipes oficiais da Honda, em São Paulo. Uma notícia que, a
principio, me deixou eufórico pois me daria a possibilidade de ver uma das
minhas categorias favoritas em meu país.
Contudo, logo a euforia, exposta no twitter, foi contida pelo
amigo Rodrigo Mattar que, sabiamente e por todos esses anos vividos
acompanhando automobilismo, disse que era melhor “não confiar” muito nessa possibilidade.
E, analisando tudo friamente, vejo que o Rodrigo tem razão.
Sobre a chance de a MotoGP voltar em breve ao país, é até crível,
por algumas razões. O Brasil aparenta ser hoje um bom mercado de investimento
nesse segmento, tem uma economia crescente e que está, atualmente, está no
centro das atenções esportivas por conta dos eventos que todos sabemos que
serão realizados aqui. Certamente, outras modalidades vão tentar (e até
precisam) embarcar nesse bonde, aproveitar o momento.
No entanto, acredito que existem problemas sérios que poderiam impedir que isso aconteça. Um deles é que, ao meu ver, não há um projeto sólido para se trazer a MotoGP de volta ao país. Posso estar falando besteira (e me perdoem se eu estiver), mas acho que se algo concreto existisse mesmo, a essa altura já deveriam ter definido o local e as analises necessárias para outras coisas já teriam sido feitas. Tudo estaria encaminhado. Pode ser que toda a negociação esteja correndo em segredo, que já haja conversas avançadas para que tudo aconteça. É uma possibilidade. Mas, vai saber...
Outra coisa, e isso é de conhecimento geral, é que aparentemente não temos autódromos com estrutura suficiente para receber um
evento desse porte por aqui, graças ao pouco investimento que as confederações
de esporte a motor do país fizeram para melhorar essas praças esportivas.
Desde 2004 não temos uma
etapa da MotoGP no Brasil. A última, aconteceu no hoje falecido autódromo de Jacarepaguá,
demolido, vejam só, para a construção do Parque Olímpico dos Jogos de 2016.
Uma hipótese já conversada em
outras oportunidades seria realizar a corrida em Interlagos, o melhor circuito
do país. Mas para isso, diversas questões devem ser analisadas, como os
contratos que o autódromo tem, por exemplo, com a FOM, as datas disponíveis,
questões de segurança para a pista, entre outras.
Há outros locais? Talvez o
autódromo de Goiânia, talvez o de Brasília, talvez o Velopark... mas não
conheço essas praças, não sei de suas atuais condições, por isso não posso
opinar.
Tenho pra mim, o que tanto a CBA, quanto a CBM precisam entender que antes de trazer eventos do porte de uma MotoGP –
ou qualquer outro grande evento - para cá, deve-se cuidar primeiro do que já temos. Investimentos na estrutura dos autódromos brasileiros, não apenas para ter
condições de abrigar tais categorias, mas principalmente para fortalecer o
esporte no país, são necessários. Aliás, é preciso investir no automobilismo brasileiro como um todo. Pena que, pela atual situação, o que acabei
de dizer soe utópico...
Por mais que haja “garantia”
de que o mundial de motovelocidade irá voltar ao Brasil em 2014, é como o amigo
Rodrigo disse: não se pode confiar.
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