Enfim acabou o mistério que envolvia a segunda vaga da Force
India e a última do grid de 2013 da F1. A equipe confirmou nesta quinta-feira,
em Barcelona, o que os boatos já davam conta ontem: Adrian Sutil será o segundo
piloto do time indiano na temporada.
A volta do alemão à categoria, após um ano afastado por
estar envolvido em um processo judicial movido por Eric Lux, co-proprietário da
Lotus, por conta de uma briga entre ambos após o GP da China de 2011, não chega
a nos surpreender. No entanto, a forma com que seu retorno foi definido sim, chamou
a atenção, pois demorou muito para acontecer.
Acredito que essa demora tenha se dado por conta da atual
situação financeira que vive o dono da Force India, Vijay Mallya. Sabemos que
nos últimos meses, Mallya passou por muitas dificuldades nesse quesito,
especialmente com sua companhia aérea, a Kingfisher, que esteve (ou ainda está,
não sei ao certo) a beira da falência. Toda essa situação também acabou por dificultar
a vida de seu time na F1.
Sutil andou, na última quinta-feira, com o carro da Force India na segunda bateria de testes coletivos, em Barcelona |
Por conta dessas dificuldades financeiras, obviamente o time
tentaria buscar um piloto que pudesse levar algum patrocínio que aliviasse um
pouco esse lado. E Sutil, provavelmente, se encaixou melhor nesse perfil.
O alemão, certamente, deve ter algum(s) bom(s) patrocinador(es)
para lhe bancar, enquanto Jules Bianchi, seu rival na disputa pela vaga, tinha
como trunfo ser piloto da academia de jovens pilotos da Ferrari. A Force India aparentava
querer se aproximar dos italianos para ter uma parceria técnica a partir de
2014. Seria uma troca de favores. A FI daria quilometragem ao francês e a
Ferrari iria se dispor a ser parceira dos indianos.
Analisadas as contrapartidas de ambos, a do alemão parece
ter sido a mais vantajosa ou a que representasse menos perigo para a saúde
financeira do time. Isso justifica a escolha. Negócio da F1.
Claro que o discurso e a justificativa para a contratação de
Sutil não foi essa. Segundo Mallya, a opção pelo piloto alemão se deu por conta
de sua experiência na categoria e por sua relação com o time. Foram quatro
temporadas na escuderia (além de uma na Spyker, que virou a Force India).
Discurso padrão, praxe. Mas que também não deixa de ser verdade, ainda mais
para uma equipe que quer se estabilizar.
Após ficar afastado da F1 em 2012, Sutil voltará para tentar recuperar o espaço perdido na equipe e na categoria |
Arriscar com um novato pode representar perda de pontos no
campeonato. E sabemos que quanto melhor for a posição final de um time no
mundial, maior é a parte na divisão do dinheiro a ser recebido. Com Sutil, que
considero um piloto comum, a garantia de ter performances mais consistentes,
teoricamente, são maiores. Seu histórico de alguns desempenhos de destaque ao
longo de suas cinco temporadas e 90 GPs na categoria, apesar de nunca ter conseguido
grande destaque, falam por si só.
Vamos ver o que acontece já a partir desta quinta, com o
início da última bateria de testes em Barcelona.
Fotos: GPUpdate.net
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