O GP de St. Petersburg, além de ter marcado a abertura da temporada 2011 da Fórmula Indy, marcou também a estreia de uma nova regra na categoria: a partir do primeiro GP desse ano, as relargadas, tão constantes na Indy, passaram a ser feitas em filas duplas e não mais em filas indianas, como antes. Porém, a mudança trouxe algumas opiniões divergentes entre os pilotos.O novo sistema adotado se assemelha ao que é utilizado na Nascar, categoria mais popular do automobilismo norte americano. Contudo, há um detalhe muito importante e que faz diferença entre as duas categorias, que faz com que o sistema seja um sucesso em uma e perigoso na outra: na Nascar, os constantes toques são amenizados pelo formato da bolha dos carros. Obviamente, acontecem vários acidentes muitos até de grandes proporções, após esses toques. Mas, é uma coisa mais comum e protegida.
Já na Indy, esses toques podem causar acidentes maiores, como vimos na largada da etapa de abertura, com Marco Andretti, que viu o mundo de cabeça para baixo. Aliás, outros acidentes também aconteceram em relargadas. Qualquer toque entre os carros, é perigoso, pois pelo formato dos monopostos, eles podem subir e causar acidentes graves.Will Power e Tony Kanaan, segundo e terceiro colocados, criticaram o novo sistema. Veja o que cada um falou.
"O problema é ter tantos carros agrupados em um espaço tão pequeno. Não há margem para erro, e não podemos nos tocar como na NASCAR"
Will Power
"Eu não vou dizer sim ou não, mas nós definitivamente precisamos reconsiderar. Pessoalmente, concordo com o Will. Eu não gosto dele (sistema) e eu acho que muita gente ficou de fora (da corrida). Se você tiver sorte, você segue, e se você não tiver, então você está fora"
Tony Kanaan
No entanto, houve quem gostasse da novidade. Quarta colocada na prova, Simona de Silvestro aprovou a mudança. Ela largou em décimo sétimo lugar.
"Eu acho que a relargada em fila dupla foi muito divertida, porque ela nos deu a chance de ganhar posições".
Simona de Silvestro
Porém, a declaração que mais me chamou a atenção veio do espanhol Oriol Servia. E acho que toca em um ponto importante: o tipo de pista.
A relargada em fila dupla não foi um problema para mim. É que as relargadas em fila dupla nesta pista são complicadas porque a linha de dentro é muito suja já que este é um aeroporto. Há tinta, óleo e é por isso que nós tivemos muitos problemas. Não será o caso em Barber"
Oriol Servia
De todos os comentários que li, acredito que o de Servia foi o que mais se adequou ao que aconteceu. Realmente, a linha de dentro da pista, por não ser utilizada, acaba ficando muito suja, prejudicando que vai por aquela parte. Acho que foi isso o que aconteceu, por exemplo, com Hélio Castroneves na largada. O brasileiro arriscou ir pelo lado sujo, deixou para frear mais tarde, teve pouca aderência, e perdeu o carro, tocando Marco Andretti e causando o acidente. Quem tentou ir pelo lado sujo, geralmente teve dificuldades.Em um comentário que fiz no blog do Téo José, quando do nascimento desta idéia de relargada em fila dupla, disse que não concordava com ela por causa da perda da vantagem que o líder tinha. Não acho justo. E pelo que vi em St. Petersbug, mais um motivo surgiu para que o sistema antigo volte. Apesar de trazer mais emoção, esse novo formato é mais perigoso, no meu ponto de vista, especialmente em pistas de rua e mistos. Espero que o pessoal da Indy possa reconsiderar essa ideia, pois é duro assitir corridas que passam boa parte em bandeira amarela.
Foto: Autosport.com
2 comentários:
teu argumento é muito convincente. a NASCAR é carrinho de féria, enquanto a Indy é pra gente grande
São duas categorias diferentes, e acho que não vale a pena ficar adaptando regras de uma na outra.
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