Com pole de Vettel, Red Bull domina classificação em Suzuka

A McLaren vinha de uma grande sequencia. Nas últimas quatro provas do mundial de F1, a equipe de Woking tinha marcado quatro poles. E estava entre as favoritas para marcar mais uma, hoje em Suzuka. Estava. Porém, os carros prateados de Woking não confirmaram tal condição. Melhor para os adversários, mais especificamente para a Red Bull, que quebrou a hegemonia inglesa colocando seus dois pilotos na primeira fila do GP do Japão.

A pole ficou com Sebastian Vettel, que no auge de seus 25 anos torna-se, isoladamente, o terceiro piloto que mais largou na posição de honra. Com a de hoje, o alemão já soma 34 na carreira, metade do que conseguiu outro alemão, Michael Schumacher, que tem 68, e um pouco mais da metade do que o segundo neste quesito, Ayrton Senna, obteve. Repito: Vettel tem 25 anos. Ou seja, mais 10, 11, 12 anos de carreira. Se mantiver uma média de quatro poles por temporada, passa fácil essas marcas.

Hoje, o bicampeão mundial deu passo importante na busca pelo tri. Sobrando, Vettel não teve dificuldades para marcar o melhor tempo no Q3, superando de longe seus adversários. Foi o único piloto a andar na casa de 1min30s durante o fim de semana ainda em sua primeira tentativa na fase decisiva. Sequer foi ameaçado de perder a posição. E assim, larga pela quarta vez seguida na pole em Suzuka, circuito onde venceu em 2009 e 2010, mostrando ter muita afinidade com o traçado seletivo do autódromo japonês.

Quem mais se aproximou de Vettel foi seu companheiro, Mark Webber, prova de que a Red Bull é o carro a ser batido. O australiano, que também mostrou um bom desempenho no fim de semana, sempre andando entre os ponteiros, foi quase dois décimos mais lento que o companheiro, apenas. E mostra que está em forma para fazer uma boa apresentação também. E o veterano precisa apresentar-se melhor mesmo...
Com uma primeira fila rubro-taurina, esperava-se ver as principais rivais do time austríaco, McLaren e Ferrari, no caso, logo na sequencia. Contudo, tivemos surpresas na segunda fila. Na terceira posição sai o dono da casa, Kamui Kobayashi, para festa dos japoneses. Com uma bela volta, o Mito volta a se posicionar bem em um grid - na Bélgica já tinha largado em segundo - e dá mostras de que a Sauber tem condições de brigar bem na corrida. Pode surpreender, caso consiga fazer a estratégia funcionar. A principio, não dá pra pensar em vitória, tamanho é o domínio da Red Bull. Mas, com sorte, quem sabe.

O mesmo vale para o quarto colocado, o amalucado Romain Grosjean, outro que acertou uma bela volta e que tem um carro razoavelmente rápido. Se o franco-suíço não estragar tudo na largada, como costuma fazer, pode ser que consiga um bom resultado também. Deverá sair faíscas dessa segunda fila amanhã.

Na terceira fila, partem Sergio Perez, confirmando o bom desempenho da Sauber, e Fernando Alonso. O mexicano é outro piloto que pode surpreender. E não precisamos ir muito longe para saber que isso é possível. Perez é um piloto que sabe como conservar os pneus e pode conseguir uma grande resultado utilizando essa tática. Já Alonso segue ali, na espreita, esperando o erro de quem vai na frente. E esses erros têm acontecido. Ele sabe que não tem um grande carro e vai utilizando as armas que tem para se sustentar na liderança. Deverá fazer mais uma corrida tática amanhã. E com a sorte que tem, não duvido de pintar um pódio para ele.

Na quarta fila teremos Kimi Raikkönen e Jenson Button. O finlandês fez o que deu. Novamente enfrentando diversos problemas no fim de semana, Kimi conseguiu levar o carro ao Q3 e tinha boas chances de largar mais a frente. Porém, rodou durante sua última volta rápida. Já Jenson Button foi outro que fez o que deu. Foi o  mais rápido depois dos pilotos da Red Bull e largaria em terceiro, não fosse a punição pela troca de câmbio. Uma pena para o atual vencedor da prova e para a McLaren, grande decepção do dia.

Por falar em decepção, a quinta fila é formada por dois pilotos de quem esperava mais. Lewis Hamilton sai em nono e não foi nem sombra do piloto que marcou três poles nas últimas quatro provas, tendo vencido duas delas. Tudo bem que a rodada de Kimi atrapalhou sua última tentativa. Ele poderia ter conseguido um terceiro ou mesmo um segundo lugar no grid. Mas mesmo assim fica aquele gosto amargo. Lewis poderia ter ido mais adiante. Ao seu lado larga Felipe Massa, que vinha fazendo um bom papel até o Q2. Parecia que o brasileiro tinha condições de largar em uma boa posição, a frente de seu companheiro, inclusive. Mas ele falhou e sequer foi ao Q3. Ganhou uma posição graça a punição que Nico Hulkenberg sofreu, pela troca de câmbio. Vamos ver se ambos se recuperam na corrida.
Esperava um pouco mais da Force India, da Williams e principalmente da Mercedes. Mas todos ficaram, a exceção de Hulkenberg, pelo Q2. E Bruno Senna, ficou pelo Q1, reclamando muito de Jean-Eric Vergne, por este te-lo atrapalhado durante sua última volta rápida. As reclamações procedem? Sim. Senna realmente foi atrapalhado, tanto que Vergne perdeu três posições no grid. Mas o brasileiro também vacilou. Poderia ter marcado um tempo melhor antes. São coisas que acontecem no automobilismo. Não dá pra utilizar esse fato como justificativa.

Além de Button e Hulkenberg, outro punido foi o semi-aposentado Michael Schumacher. Punição retroativa do GP de Cingapura, onde ele atropelou Vergne. Perdeu dez posições e sai em 23º, na última fila ao lado de Narain Karthikeyan. Destaque para Pedro de la Rosa, que larga em 20º com a Hispania, a frente de uma Marussia (Charles Pic) e de uma Caterham (Vitaly Petrov).

Para amanhã, espera-se um amplo domínio da Red Bull e até certa facilidade em uma dobradinha. E isso será um passo e tanto para que Vettel desafiar Alonso na luta pelo tri. A duvida vai ser quem ocupará o último lugar no pódio. A McLaren, apesar das posições desfavoráveis de seus pilotos tem um carro rápido. Alonso, além do braço, tem uma sorte incrível e é candidato. Sauber e Lotus têm bons carros e também pleiteiam essa posição. O GP do Japão tem tudo para ser muito bom. E dependendo dos resultados, incendiará o campeonato.

Grid de largada

1º. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault) 1min30s839
2º. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault) 1min31s090
3º. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari) 1min31s700
4º. Romain Grosjean (FRA/Lotus-Renault) 1min31s898
5º. Sergio Pérez (MEX/Sauber-Ferrari) 1min32s022
6º. Fernando Alonso (ESP/Ferrari) 1min32s114
7º. Kimi Raikkonen (FIN/Lotus-Renault) 1min32s208
8º. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) (**) 1min31s290
9º. Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes) 1min32s327

10º. Felipe Massa (BRA/Ferrari) 1min32s293
11º. Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes) 1min32s327
12º. Pastor Maldonado (VEN/Williams-Renault) 1min32s512
13º. Nico Rosberg (ALE/Mercedes) 1min32s625
14º. Daniel Ricciardo (AUS/Toro Rosso-Ferrari) 1min32s954
15º. Nico Hulkenberg (ALE/Force India-Mercedes) (**) sem tempo no Q3

16º. Bruno Senna (BRA/Williams-Renault) 1min33s405
17º. Heikki Kovalainen (FIN/Caterham-Renault) 1min34s657
18º. Timo Glock (ALE/Marussia-Cosworth) 1min35s213
19º. Jean-Éric Vergne (FRA/Toro Rosso-Ferrari) (***) 1min33s368
20º. Pedro de la Rosa (ESP/HRT-Cosworth) 1min35s385
21º. Charles Pic (FRA/Marussia-Cosworth) 1min35s429
22º. Vitaly Petrov (RUS/Caterham-Renault) 1min35s432
23º. Michael Schumacher (ALE/Mercedes) (*) 1min32s469
24º. Narain Karthikeyan (IND/HRT-Cosworth) 1min36s734

(*) Perdeu dez lugares no grid por colisão com Jean-Éric Vergne em Cingapura; 
(**) Perderam cinco lugares no grid por troca de câmbio
(***) Perdeu três posições por bloquear Bruno Senna em volta rápida

Fotos: GPUpdate.net
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