Schumacher, o aposentado

E Michael Schumacher anunciou, hoje em Suzuka, que não estará no grid da F1 em 2013. O heptacampeão mundial da categoria se aposenta, pela segunda vez. Dessa vez, de forma definitiva, após três temporadas sem muito brilho pela Mercedes. Decisão difícil, obviamente, porém mais do que acertada ao meu ver.

Schumacher deixou da F1, pela primeira vez, em 2006, com o status de maior piloto da categoria em todos os tempos. Seus números falam por si. Entre 1991 e 2006, foram sete títulos, 91 vitórias, 69 pole positions, 77 voltas mais rápidas, 155 pódios... números mais do que expressivos, eu diria. Praticamente imbatíveis. Ele simplesmente dominou a F1 de uma forma que, creio eu, nunca mais veremos. O Kaiser (não é a cerveja) se aposentava por cima, no topo. 

E foi por conta de todos esses predicados apresentados acima que muitas pessoas estranharam e criticaram sua volta em 2010. Pra quê voltar à F1 e correr o risco de arranhar sua imagem de maior campeão da categoria, perguntavam. Vai saber. Talvez nem ele soubesse responder essa questão. Pilotos como ele têm um instinto de sempre querer estar na pista, correndo e vencendo. É a forma com a qual se diverte, com a qual se sente bem consigo próprio. Talvez fosse isso. Talvez...

Schumacher não deu bola às criticas. Sua vontade de correr, de se divertir, de enfrentar essa nova geração de pilotos e de vencer, por que não, falou mais alto. Por isso, quando convidado por Ross Brawn a embarcar no projeto da Mercedes, não titubeou. Aceitou sem pestanejar, até porque ele também tinha uma espécie de divida com seus conterrâneos. Foi a montadora alemã que deu suporte a ele durante o início de sua carreira até a chegada à categoria máxima do automobilismo. Contudo, ele nunca tinha tido a chance de correr para seus compatriotas. E lá foi Schumi para seu novo desafio.
Os resultados não vieram, os tempos eram outros. Decepcionante? Sim, um pouco. Mas totalmente compreensível. Além da idade, que pesou, levando-o também a cometer alguns lances bizarros nessas três temporadas, a Mercedes nunca lhe deu um carro vencedor, é bom que se diga. Entretanto, ele não deixou de tentar, ao menos. Comemorou muito seu único pódio nessa volta, conquistado no GP da Europa deste ano e mostrou vontade durante os três anos. Enfim, tentou aproveitar esse retorno. Mas o fim da linha chegou.

Justificando a decisão, Schumacher disse que sua motivação hoje não é a mesma e que pensou muito na decisão. Ele estava receoso quanto a uma continuidade. A contratação de Lewis Hamilton pela Mercedes, ajudou a tomar a decisão, apesar de ele revelar que ainda tinha propostas de outros times. Realmente era a hora de parar, por mais complicado que seja reconhecer isso. O anuncio foi feito, a aposentadoria está sacramentada. Restam agora seis etapas para que Michael Schumacher deixe de vez os cockpits da F1. E o Brasil receberá, pela segunda vez, a última corrida do heptacampeão.

Sua imagem ficou manchada com esse retorno? Talvez para alguns, pois a expectativa era de vê-lo brigando nas cabeças, ainda mais depois de tudo o que ele já havia feito. Mas, pouco importa. Manchada ou não, seus feitos não podem ser esquecidos, apagados, ignorados. Tanto os positivos quanto os negativos. Lembrem-se, nenhum piloto fez apenas coisas boas em sua carreira. NENHUM! Eles erram também, são humanos. 

Por mais que não tenha tido sucesso em seu retorno, Schumacher segue sendo o maior de todos na F1. E será muito difícil que alguém o supere.. Que ele curta essa nova fase, então.

Foto: GPUpdate.net
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