E agora Citroen?

Estava para escrever este post desde a segunda ou terceira etapa da temporada do WRC. Mas preferi esperar pelo menos até a metade do campeonato para ver se algo mudava. Contudo, com sete das treze provas do mundial já completadas, cá estou para debater o tema: o que deverá acontecer com a Citroen em 2013?

O assunto se tornou ainda mais relevante por conta do anuncio de que a partir de 2014 a marca francesa ingressará no WTCC, confirmando os planos que os gauleses já tinham anunciado em 2012. Com a entrada do octacampeões do WRC no mundial de turismo, a continuidade da equipe no mundial de ralis fica em xeque, ainda mais por conta dos resultados da atual temporada.

O 2013 da Citoren no WRC não está nada satisfatório. Até agora, Mikko HIrvonen e Dani Sordo têm apresentado performances tremendamente inconstantes e números bem abaixo do esperado e também do que a Citroen está acostumada a obter. O finlandês e o espanhol ocupam, respectivamente, o quinto e o sexto lugares na classificação geral. Um desempenho que podemos chamar de pífio, se comparado a alguns outros que a temporada apresenta.
Mikko Hirvonen, que deveria assumir o lugar de Loeb na Citroen, é apenas o quinto no mundial, com resultados fracos
Começando por uma comparação direta, tanto Hirvonen quanto Sordo ainda estão atrás de Sebastien Loeb na classificação. Enquanto o eneacampeão - que é um gênio, é verdade - obteve 68 pontos no mundial, o finlandês e o espanhol conquistaram 61 e 59 pontos respectivamente. E com um detalhe: Loeb participou de três ralis ao passo que os outros dois correram em sete. Nestas três provas, Loeb ainda teve duas vitórias e um segundo lugar. Em sete provas, Hirvonen e Sordo conseguiram dois pódios cada (dois segundos lugares para o finlandês e um segundo e um terceiro para o espanhol). A dupla também deixou de completar dois eventos. Números pífios.

E as fracas performances da dupla se tornam piores se comparadas as do líder do certame, Sebastien Ogier. O outro francês já venceu quatro vezes, teve mais dois pódios e um décimo lugar na Grécia, decorrente de alguns problemas no seu Polo. Ao todo, o piloto da Volkswagen obteve 154 pontos, 34 a mais do que se somarmos as pontuações de Hirvonen e Ogier. Além de Loeb e Ogier, Jari-Matti Latvala, que já venceu no ano, e o jovem Thierry Neuville também aparecem à frente da dupla.

Com resultados tão ruins é claro que a Citroen não tem a menor condição de lutar pelo campeonato. Aliás, já até surgiu um boato de que Yves Matton, chefe esportivo da marca, iria conversar com Loeb para ver se o francês não aceitaria fazer mais alguns ralis pela equipe. O multi campeão, que neste ano definiu um calendário de quatro provas em seu tour de despedida, só tem mais uma etapa garantida, o Rali da França. Essa seria então uma tentativa, até que desesperada, de tornar a Citroen mais competitiva nesta segunda metade de mundial. Contudo, não acredito que Loeb vá aceitar tal proposta, se é que ela exista ou vá existir, até porque já me parece tarde demais para tal providência.

Tudo isso faz com que surjam as questões: como a Citroen lidará com isso daqui pra frente, uma vez que o campeonato de 2013 está praticamente perdido? E qual será o futuro da marca no WRC? É difícil saber, pois a continuidade de um time em uma competição, muitas vezes está diretamente relacionada aos resultados que ele obtém. E apesar da Citroen já ter uma história na categoria, tendo conquistado vitórias expressivas nos últimos anos, se esses resultados seguirem sendo ruins a continuidade da marca, creio, estará ameaçada.
Em sua segunda passagem pela marca francesa, Dani Sordo também faz um campeonato inconstante em 2013 e é o sexto
A nova empreitada da montadora francesa no WTCC também pode dificultar as coisas, pois não é fácil dividir as atenções entre duas competições grandes. No comunicado que oficializou a entrada da Citroen no mundial de turismo, ficou garantido que a fábrica fará de tudo para terminar bem a temporada 2013 do WRC. Mas não falou nada sobre as próximas temporadas.

Por outro lado, algumas soluções rápidas podem ser tomadas na tentativa de uma mudança de cenário. Uma troca de pilotos ou de pelo menos um deles poderia ser um caminho. Por mais que Hirvonen e Sordo tenham experiência na categoria (o finlandês, inclusive, foi o piloto mais próximo de destronar Loeb) esses desempenhos deixam qualquer um com a pulga atrás da orelha. Não sei se ambos repetiriam performances tão ruins por duas temporadas seguidas, contudo nenhum dos dois me parece ser piloto suficiente para liderar a marca substituindo Loeb.

O duro é que talvez não haja opções que possam substituí-los e causarem um impacto entre os atuais pilotos do WRC. Podemos listar alguns pilotos para tal, como Mads Ostberg, Evgeny Novikov, Andreas Mikkelsen e o próprio Thierry Neuville, que era piloto da Citroen Jr., mas que acabou optando por mudar de equipe e ingressou na Qatar WRT, onde está muito bem. Porém, todos são muito jovens e portanto seriam sacadas arriscadas, caso o time quiser resultados imediatos. Se o compromisso da marca for de longo prazo, até é valido o investimento. Mas se não for, pode ser mais um tiro no escuro.

Vamos esperar os próximos meses para ver qual será a atitude da Citroen em relação ao WRC.

Fotos: NextGen-Auto.com
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