Webber e a decisão de deixar a F1

Agora é oficial. Após muitas especulações sobre seu futuro, Mark Webber enfim anunciou que deixará a F1 ao fim desta temporada para correr pela Porsche, que tem planos de ingressar no FIA WEC na próxima temporada.

Nunca vi nada demais em Webber como piloto. Ele, que surgiu como uma promessa ao levar em sua estreia a Minardi a um quinto lugar na abertura do mundial de 2002, em Melbourne, nunca vingou de verdade. Passou por Jaguar e Williams até chegar à Red Bull, onde venceu pela primeira vez em sua terceira temporada com o time. Aliás, todas as suas nove vitórias foram pilotando os carros da empresa de energéticos, assim como seus dois terceiros lugares nos mundiais de 2010 e 2011, seus melhores resultados na categoria. Nunca foi nada de espetacular, apesar de se mostrar rápido em muitos momentos.

Fato é que há tempos a continuidade dele na Red Bull era questionada, passando a impressão de que só permanecia na equipe graças a um sentimento de gratidão por parte do presidente Dietrich Mateschitz. É bom lembrar que o australiano chegou à RBR em 2007 e por duas temporadas ficou lá, roendo o osso até que a equipe, que tinha grandes planos, se acertasse e entrasse no rol dos times grandes. Por essa razão, acredito que Mark sempre foi prestigiado por Mateschitz. 

Aliás, ontem havia surgido uma informação na mídia alemã de que o próprio presidente teria oferecido um novo contrato de um ano para seu pupilo. O austríaco sempre se mostrou favorável à permanência do piloto na equipe.
Após sete anos na Red Bull e 12 na F1, Mark Webber deixará a categoria ao fim desta temporada e ingressará no WEC
Contudo, ele não gozava de tal prestígio com outros membros da equipe, como Helmut Marko, consultor da RBR e crítico ferrenho do australiano. O ex-piloto nunca perdia a oportunidade de tirar uma casquinha de Webber. Mark também não tinha um bom relacionamento com outros membros da cúpula rubro taurina e isso ficou exposto em vários momento, com reclamações publicas do australiano, incomodado com a forma com que era tratado. O estopim foi o polêmico GP da Malásia deste ano (relembre aqui e aqui). Mesmo que o episódio não seja o ponto principal para a decisão, certamente colaborou.

Agora, será cada um para o seu lado. Webber, pra mim, fez uma escolha acertada. Na F1, não teria muito espaço mesmo se resolvesse deixar a Red Bull em busca de uma outra equipe. E lá dentro, ele sabe muito bem que seria sempre o #2. Indo para o WEC terá a chance de competir em um campeonato de alto nível, que vem crescendo nos últimos anos, que possui provas bacanas e que está cada vez melhor estruturado. Será uma boa chance para que o australiano busque um recomeço em sua carreira. Vai respirar novos ares e poderá se dar bem por lá.

Já a Red Bull vai buscar alguém no mercado. Muitos dizem que Kimi Raikkönen é o favorito para preencher o espaço de Webber na escuderia. E seria uma baita contratação que traria, inclusive, uma melhora técnica para a RBR. Entretanto, há também as opções caseiras. Buscar Jean-Eric Vergne ou Daniel Ricciardo, frutos do programa de desenvolvimento de jovens pilotos da Red Bull e atuais condutores dos carros da Toro Rosso, não seria nada anormal, apesar de não achar nenhum dos dois espetacular. Viriam, ao contrário de Raikkönen, apenas para escoltar Vettel.

E a vida segue...

Foto: GPUpdate.net
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