Rossi vence em Assen; Lorenzo corre e termina em quinto

O GP da Holanda da MotoGP teve como protagonista principal a Yamaha. Os pilotos da fábrica japonesa proporcionaram aos fãs as melhores histórias do fim de semana, até aqui, no mundo do esporte a motor. E em vários aspectos. Quem viu a prova deste sábado sabe bem do que estou falando. E quem não viu, poderá ter uma ideia a partir deste texto.

A começar pelo vencedor da corrida. Sim, ele voltou. Sem vencer uma prova desde o GP da Malásia de 2010, Valentino Rossi, enfim, saiu da seca. O italiano, que vinha tendo um ano bastante irregular neste retorno à Yamaha, mostrou que ainda é capaz não apenas de liderar uma corrida com autoridade e vencer. Ele provou também que ainda é possível levantar o público com suas manobras.

Quarto no grid, o Doutor teve uma boa largada, pulando para o terceiro posto, atrás das motos Honda de Dani Pedrosa e Marc Marquez. Mas não demorou muito para ele partir para o abate, com muita vontade. Logo que viu a primeira oportunidade, mergulhou e deixou o fenômeno para trás. Pouco depois, engoliu o líder do campeonato. E levou os Rossimaniacos, em todas as partes do mundo, à loucura.
Valentino Rossi voltou ao lugar mais alto do pódio após quase três anos de ausência. Italiano comemorou muito
Em primeiro, o italiano apenas controlou sua vantagem, que foi crescendo com o decorrer da prova. Algo que sempre fez e ainda faz muito bem. Não deu chances a quem quer que viesse atrás. Na hora de receber a bandeirada final, comemorou muito, pois só ele sabe o quanto foi difícil ficar tanto tempo sem vencer, sem comemorar, sem ouvir o hino italiano, sem estourar a champanhe. Rossi voltou a ser Rossi. Já era hora.

Cal Crutchlow também foi protagonista. Pole pela primeira vez na categoria, o britânico teve um início devagar, caindo para quinto ainda nas primeiras voltas. Mas conseguiu lutar e recuperou um lugar no pódio, pelo menos. Muito rápido na parte final da prova, o piloto da Tech 3 conseguiu o terceiro posto e tinha tudo para terminar em segundo. Mas um erro na abertura da última volta lhe tirou essa oportunidade. Entretanto, o terceiro lugar não é de todo ruim e ele fez jus à posição.

Contudo, a melhor história do dia foi contada por Jorge Lorenzo. Queda e fratura da clavícula esquerda na quinta. Viagem para a Espanha e operação no mesmo dia. À essa altura, ele não correria e poderia ficar de fora até das duas etapas posteriores. Volta para Assen na sexta. E depois da avaliação médica e liberação para correr no sábado, com cicatrizes e longe de estar 100% fisicamente. Mas com 200% de força de vontade para se manter na briga pelo título.

O atual campeão largou em 12° e logo já estava em quarto. Fazendo um esforço tremendo, ele tentou manter a posição, mas acabou caindo para quinto e perdendo rendimento. Normal. Vinha de cirurgia e não estava com o braço bom. Mas o esforço do início da prova foi recompensado. Terminou no top 5 e conseguiu diminuir ao máximo o prejuízo que teria caso não corresse. Heroico.

O espanhol terminou a prova sem conseguir mexer o braço. Chorou ao chegar nos boxes da Yamaha, provavelmente sem aguentar a dor pelo tamanho esforço físico ao qual foi submetido. E acabou aplaudido de pé por todos, que reconheceram sua força. Uma cena emocionante. Para as próximas corridas, Lorenzo ainda não deverá estar 100%. Mas depois do que já mostrou hoje, isso não parece importar muito.
Jorge Lorenzo foi heroico neste sábado, correndo após de fazer uma cirurgia na clavícula esquerda e chegando em 5°
Para as Hondas, o dia não foi tão ruim. Marc Marquez garantiu mais um pódio, com o segundo lugar. Um bom resultado para o novato. Já Dani Pedrosa, que poderia ter ampliado bastante sua vantagem na liderança, foi só o quarto. Conseguiu alguns pontinhos a mais em relação a Lorenzo, mas tudo está em aberto ainda.

No mais, outra grande prova de Aleix Espargaró com sua ART-Aprillia, terminando em oitavo, a frente das Ducatis de fábrica por exemplo. O espanhol vai se mostrando merecedor de uma melhor oportunidade em 2014...

Resultado final

1º. Valentino Rossi (ITA/Yamaha) 26 voltas em 41min25s202
2º. Marc Márquez (ESP/Honda) a 2s170
3º. Cal Crutchlow (ING/Tech 3 Yamaha) a 4s073
4º. Dani Pedrosa (ESP/Honda) a 7s832
5º. Jorge Lorenzo (ESP/Yamaha) a 15s510
6º. Stefan Bradl (ALE/LCR Honda) a 27s519
7º. Álvaro Bautista (ESP/Gresini Honda) a 31s598
8º. Aleix Espargaró (ESP/Aspar ART-Aprilia) a 32s405
9º. Bradley Smith (ING/Tech 3 Yamaha) a 33s751
10º. Andrea Dovizioso (ITA/Ducati) a 33s801
11º. Nicky Hayden (EUA/Ducati) a 34s371
12º. Randy de Puniet (FRA/Aspar ART-Aprilia) a 57s674
13º. Andrea Iannone (ITA/Pramac Ducati) a 1min01s424
14º. Michele Pirro (ITA/Pramac Ducati) a 1min01s561
15º. Karel Abraham (TCH/Cardion Ducati) a 1min04s426
16º. Danilo Petrucci (ITA/Ioda Suter-BMW) a 1min11s114
17º. Colin Edwards (EUA/Forward FTR-Kawasaki) a 1min15s249
18º. Claudio Corti (ITA/Forward FTR-Kawasaki) a 1min24s884
19º. Yonny Hernández (VEN/Paul Bird Aprilia) a 1min25s854
20º. Héctor Barberá (ESP/Avintia FTR-Kawasaki) a 1min25s978
21º. Bryan Staring (AUS/Gresini FTR-Honda) a 1min26s256
22º. Michael Laverty (IRN/Paul Bird PBM-Aprilia) a 1min26s610
23º. Ivan Silva (ESP/Avintia FTR-Kawaski) a 1min38s173

Moto 2 e Moto 3


Na Moto 2, uma prova disputadíssima entre Pol Espargaró e Scott Redding, decidida apenas na última volta. Melhor para o espanhol, que na reta principal superou o inglês para conquistar o triunfo. Apesar disso, Redding segue na liderança do mundial, consolidando-se como principal candidato ao título. O suíço Dominique Aergater foi o terceiro. Pela Moto 3, mais uma batalha equilibrada entre cinco pilotos, separados por menos de meio segundo na bandeirada final. E novamente o espanhol Luis Salom saiu vencedor. É o terceiro triunfo seguido de Salom, líder do mundial. Maverick Viñales foi o segundo e Alex Rins o terceiro. Eric Granado foi o 28°.

Fotos: MotoGP.com
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