Panorama 2010 - Parte III

Essa é a última parte da série de posts Panorama 2010, na qual coloco meu ponto de vista sobre o que pode acontecer com pilotos e equipes durante essa temporada da F1. Nessa última parte, as quatro novatas e seus pilotos.

O nome é familiar, é forte, é glamuroso. Mas em nada a atual Lótus, que pertence a um grupo de investidores malaios, lembra a mítica equipe fundada por Colin Chapman e que conquistou títulos mundiais e respeito na F1. Aliás, segundo um dos próprios pilotos da equipe, o carro é tão ruim quanto aqueles que a Minardi fazia e que se arrastavam pelas pistas. Sem falar que a Lótus entrou na F1 por causa daquele teto orçamentário, invenção do Mosley. Com pré-requisitos como esses fica difícil acreditar em coisa boa.

#18 – Jarno Trulli – Trulli já e um piloto rodado na F1. Mas nunca andou por uma equipe grande, que lhe desse condições de brigar por título. O máximo que conseguiu foi andar no bom carro da Renault de 2004, onde conquistou sua única vitória. Após anos na Toyota, a equipe saiu da categoria e para não ficar a pé em 2010, teve de aceitar correr por uma novata. Não dá pra esperar muito do italiano nesse ano.

#19 – Heikki Kovalainen – Estreou na Renault e logo foi para a McLaren. Duas equipes tradicionais. Mas o fraco desempenho em três anos acabou lhe deixando a pé. Chance agora, só nas novatas. E pra lá foi o finlandês, que tentará a sorte na Lótus. Mas as perspectivas não são muito boas, visto que ele já disse que o seu atual bólido é tão ruim quanto a Minardi que testou em 2003, apesar de ter ‘potencial”.

Essa parecia ser a equipe mais estruturada e a que tinha mais vontade de estar no grid em 2010, entre as novatas. Mas os dias se passaram e mostraram que não era bem assim. A Campos Meta, equipe do ex-piloto Adrian Campos, passou por dificuldades e esteve ameaçada de não correr, por falta de dinheiro. Até que surgiu um salvador, empresário do setor imobiliário espanhol. José Ramon Carabante resolveu os problemas da equipe. E também mudou seu nome. Mas as dificuldades não acabaram. Sem ao menos um shakedown, a Hispania Racing vai para a pista pela primeira vez já no Bahrein. Vão se arrastar durante o ano.

#20 – Karun Chandhok – O indiano sempre foi cogitado para entrar na F1. Mas pela Force Índia. Como a equipe de seu país já estava fechada, Karun já flertava com mai um ano de GP2, afinal, quase todo o grid já estava fechado. As únicas vagas estavam na USF1 e na Campos Meta, mas ambas passavam por dificuldades. A primeira desistiu. E a segunda foi vendida. Mas foi nela que o indiano encontrou seu lugar. Levando o dinheiro que o time precisa, Chandhok conquistou sua vaga e estará no grid em 2010. Sua perspectiva? Terminar algumas corridas e com muita, mas muita sorte, marcar um pontinho.

#21 – Bruno Senna – Bruno já tenta entrar na F1 desde o final de 2008. Fez testes na Honda, antes da equipe anunciar sua saída e foi bem. Era cotado para substituir Rubens Barrichello. E poderia ter entrado em grande estilo, na equipe que seria a campeã no fim de 2009, a Brawn GP, que nada mais era do que a Honda com outro nome. Mas Ross Brawn preferiu a experiência de Barrichello a juventude e chance de capitalizar com Senna, afinal, se ele tive ido bem com o carro, o que era muito provável, seu sobrenome faria o restante. Bruno então ficou sem correr em 2009. E logo que surgiu uma oportunidade de enfim estrear na F1, agarrou-a. Assinou com a Campos, que parecia ser a melhor das novatas. Mas viveu um martírio desde então, sem saber se poderia correr graças aos problemas financeiros da equipe. Até que José Carabante salvou o time e lhe deu novamente a oportunidade. Contudo, a equipe que parecia estruturada deverá se arrastar durante toda a temporada. Bruno terá de ser paciente e aproveitar todas as chances que tiver. Só assim conseguirá algo melhor para os próximos anos. Ano de muito aprendizado.

Uma equipe que baseou todo seu projeto em simulações de computador pode dar certo? É nisso que aposta os engenheiros da Virgin Racing. Sem nenhuma simulação nos famosos e utilíssimos túneis de vento, a equipe quer revolucionar gastando pouco, apesar de ter bastante dinheiro. A Virgin é o caso de outra equipe comprada. A principio ela seria a Manor, famosa nas categorias de base do automobilismo. Mas como a empresa inglesa seria a maior investidora do time, acharam por bem mudar seu nome. E é assim que ela vai para a pista nesse ano, tentando surpreender a todos.

#24 – Timo Glock – Campeão da GP2 em 2007, o alemão desembarcou na F1 no ano seguinte pela Toyota. E logo mostrou que era um bom piloto, andando sempre próximo a seu companheiro, o experiente Jarno Trulli. Conquistou bons resultados, colecionou fortes acidentes e será sempre lembrado por ter sido decisivo no título de Lewis Hamilton em 2008, quando já sem pneus, não conseguiu evitar a ultrapassagem do piloto inglês na última curva da última prova de 2008. Para 2010, Glock encara o desafio de ajudar a desenvolver uma equipe nova e que só quer trabalhar via computador. Sua experiência nas pistas vai ajudar e muito a Virgin. Quem sabe ele não surpreende.

#25 – Lucas di Grassi – Lucas espera uma chance na F1 desde 2007, quando foi vice da GP2, perdendo o título para seu companheiro, Timo Glock. Mas ela só veio nesse ano, com uma novata. Preso a um contrato com a Renault, Lucas não pôde assinar com ninguém na F1. E para não ficar parado, continuou na GP2, até conseguir sair da equipe francesa. Como opções, só tinha as novatas e resolveu agarrar. Nesse primeiro ano, vai aprender bastante.

De BMW, só restou o nome. Os alemães, que vinham bem na F1, resolveram sair. Mas Peter Sauber, um apaixonado pelo automobilismo, quis tentar novamente montar sua equipe. E conseguiu. Manteve o nome BMW Sauber para continuar na F1 e terá uma boa estrutura para começar. Vai surpreender muita gente.

#26 – Pedro de La Rosa – O espanhol ficou muito tempo sendo o piloto reserva da McLaren. Mas sempre demonstrou vontade de voltar a ser titular em uma equipe. E a chance de pilotar a Sauber lhe agradou. De La Rosa vai usar sua experiência para ajudar no desenvolvimento do time, que foi uma das grandes surpresas da pré-temporada. A equipe tem boa estrutura e Pedro será de grande valia.

#27 – Kamui Kobayashi – O japonês que surpreendeu o mundo no final de 2009, substituindo Timo Glock, quase ficou a pé em 2010. A Toyota, que era sua equipe, saiu e ele teria de voltar para o Japão e trabalhar com seu pai no sushi bar da família. Mas Peter Sauber percebeu que ele era talentoso o suficiente para guiar um dos carros de sua equipe. E a escolha deverá se mostrar acertada. Kobayashi é uma de minhas apostas para surpreender. Está numa equipe mediana e que foi bem nos testes. O japonês deve dar muito trabalho nesse ano.

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1 comentários:

Lucas Ferreira disse...

Espero que a Mercedes se saia muito bem e ganhe o o titutlo de pilotos com Schumacher, mas acho que não será tão facil assim.

Sobre as novas, a Lotus é que eu acho que vai se sair melhor, e torço por ela também.

Gostei do seu Blog,Diego, depois passo no meu.

http://f1-nation.blogspot.com/

Abraços