Sobre a imprensa espanhola

Qual é o papel da imprensa na sociedade? Se alguém perguntar isso para algum jornalista, em qualquer lugar do mundo, certamente terá, entre outras, uma respota parecida com essa que segue: "levar informações de forma imparcial à população". Mas não é em todo lugar que isso é praticado.

E a imprensa espanhola deu um (mau) exemplo disso nesse fim de semana, após o GP da Asutrália. Os maiores jornais espotivos do país (Marca e As) não pouparam críticas à Ferrari e a Felipe Massa, após o brasileiro chegar em terceiro, uma posição a frente de Fernando Alonso.

Para eles, a Ferrari e Massa prejudicaram Alonso por não fazerem um jogo de equipe, já que visivelmente ele tinha um carro em condições melhores do que o do companheiro. O fato não haver nenhum tipo de ordem da equipe em relação a isso, ou de que Felipe não abriu caminho, incomodou bastante os espanhóis, que sairam atirando.

Coisa lamentável, ridícula e desnecessária. Veículos de imprensa não podem ter comportamento como esse.

Onde já se viu, jogo de equipe logo na segunda prova do ano? A Ferrari, que já foi criticada por esse tipo de comportamento, principalmente após aquele episódio deplorável no GP da Austria em 2002, quando Rubinho quase estacionou seu carro para que Schumacher vencesse, parece ter aprendido a lição. Fazer algo do tipo, evitando uma disputa que tem tudo para ser acirrada, deixaria um clima estranho na equipe, além de ser uma atitude que vai contra os preceitos do esporte. Sem falar na imagem que a escuderia passaria a ter. Os fãs da F1 não curtem isso.

E Alonso, se quisesse tanto a posição, teria partido para o ataque contra o Massa, como as coisas devem ser. Resolvidas na pista. Mas inteligente e experiente que é, o espanhol quis evitar problemas. Imaginem se ele vai pra cima, os dois batem e não voltam para a prova? Além de fazer a equipe perder um pódio e pontos para o campeonato, perderia a liderança do mundial e de quebra causaria um mal-estar dentro do time. E isso é tudo o que ele quer evitar.

Fernando já passou por isso em sua época de McLaren, caindo na onda da imprensa de seu país e se prejudicando. Foi taxado de chato e chorão. Mas em 2010 não irá cair no mesmo erro, pois não tem nada a ganhar.

Como disse, as coisas serão resolvidas na pista. Quem for mais competente terá o apoio da equipe, caso precise, no final.

Parte da imprensa espanhola leva o fanatismo a níveis extremos, assim como parte da imprensa brasileira, que sempre fala de complôs contra os pilotos do país, como conteceu na corrida passada, no Bahrein, quando a Ferrari pediu para que Massa poupasse equipamento para preservá-lo e não para ele não atacar Alonso.

Coisas como essa nada acrescentam em nada e só causam polêmicas. Esse tipo de pressão não ajuda pilotos a vencerem campeonatos e sim contribuem para perdas.

Fotos: Autosport.com
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1 comentários:

Unknown disse...

cualquer um com dois dedos de frente sabe que não contrataram a Alonso para ser segundo piloto.

mais a imprensa espanhola (a maior parte, convengamos) tem um público relativamente inexperiente na matéria e abusa de um sensacionalismo barato explorando o orgulho nacional, em lugar de trabalhar direito e fazer análises objetivas

triste, e pelo que tenho lido em blogs espanhois, nem todo mundo aprova este tipo de comportamenteo, tem um monte de bloguero espanhol que segue a F1 de forma muito madura e não cai em bobeiras assim