E na segunda-feira...

Esse fim de semana automobilistico foi, digamos, inacreditavel. Além da F1, tivemos GP2, WRC, Nascar e as 500 milhas de Indianapolis, que teve um final apoteótico e surreal. Coisas da prova mais tradicional do automobilismo.

Depois de quase 200 voltas, as surpresas começaram a dar as caras na corrida, com os principais candidatos à vitória (Scott Dixon, Tony Kanaan, Graham Rahal e Oriol Servia) tendo de parar. A prova parecia cair no colo da queridinha (que já não é mais tão queridinha assim) da torcida Danica Patrick. Faltavam 22 voltas e muitas contas eram necessárias para saber se ela teria combustível suficiente para cruzar a linha de chegada. Não teve. E assim, a 'Mulher Maravilha' parou.

Com isso, a liderança caiu no colo de Bertrand Baguette, que fazia boa prova. Mas o belga também precisava fazer contas. O segundo colocado, naquele momento, era Dario Franchitti, outro que precisava da sorte e da matemática. Ambos desistiram da briga. E assim a vitória ficava mais próxima para o estreante JR Hildebrand.

O jovem americano estava no limite, mas conseguiu abrir a última volta. No momento em que a equipe lhe avisou que o combustível tinha acabado. Porém ele levou o carro. Contornou as curvas 1 e 2. Passou pela reta oposta apenas com o cheiro de combustível no tanque. Fez a curva 3. Só faltava a curva 4. E ele bateu, ao tentar contorná-la. Havia um retardatário no caminho, no caminho havia um retardatário. Hildebrand pegou os detritos da pista, algo imperdoável em Indianapolis. Acabou indo de encontro ao muro.



Sorte de Dan Wheldon, que venceu. Sorte essa que lhe havia faltado nas duas edições anteriores da prova, onde ele terminou em segundo. Sorte que já havia lhe sorrido em 2005, quando ele venceu pela primeira vez no lendário circuito.

Hildebrand, com o lado direito do carro destruído, ainda cruzou em segundo. Grande resultado. Mas frustrante, pois ele tinha a vitória nas mãos. Se ele tivesse três segundos a mais de vantagem para Wheldon, venceria, mesmo tendo batido. E seria mais épico ainda.

Entre os brasileiros, grande prova de Tony Kanaan, quarto colocado. Poderia ter sido ele o vencedor. Merece e vem batendo na trave faz tempo. Porém, esse foi também um grande resultado para sua equipe. A Andretti deve se arrepender amargamente de não tê-lo por lá. Vitor Meira foi o décimo quinto, Helio Castroneves o décimo sétimo e Bia Figueiredo a vigésima primeira.

A algumas milhas dali, poucas horas depois, outra prova tradicionalissima, a Charlotte 600, na Nascar. E, coincidentemente, o final foi semelhante ao da Indy. Faltando quatro voltas para o fim, o motor de Jimmie Johnson foi para o saco, trazendo uma bandeira amarela. Assim, os pilotos começaram a fazer de tudo para economizar combustivel. Deram a relargada e um novo acidente aconteceu. Porém, como faltavam poucas voltas, a prova seguiu. E Dale Earnhardt Jr assumiu a liderança.

O filho do lendário Dale Earnhardt Sr abriu a última volta e assim como Hildebrand, contornou sem problemas as curvas 1, 2 e 3. Mas quando foi contornar a curva final, para receber a quadriculada, acabou o combustivel. Sem nada a ver com a história, Kevin Harvick venceu, quase sem gasolina também. Dale Earnhardt Jr, cruzou em sétimo ainda. Outra coincidencia: ambos os carros de Hildebrand e Dale Jr tem o patrocinio da National Guard... coisas do automobilismo.

E as surpresas seguiram nesse domingo, aqui pertinho, em nossos hermanos. Rali da Argentina com vitória do monstro Sebastien Loeb. MONSTRO mesmo. Porque conseguiu vencer mesmo saindo neste último dia da terceira posição, com apenas quatro especiais para correr. Superou Mikko Hirvonen sem muita dificuldade e contou com um péssimo dia de Sebastien Ogier, que tinha a vitória nas mãos, mas terminou em terceiro, atrás de Hirvonen, inclusive.

E assim, Loeb aumenta sua vantagem no mundial para Hirvonen. Cada vez mais distantes, vêm Ogier e Latvala. Já estamos na metade da temporada e Loeb, com sua sorte e talento, caminha para o octa.

Na GP2, as coisas foram mais normais. Vitória de Valsecchi na sexta e Pic no sábado. Com Luiz Razia abandonando uma e terminando a outra em 18º. O ano não está nada boma para o brasileiro da Air Asia.

Finalizando com a F1, ainda não consigo acreditar no tanto de besteiras que Lewis Hamilton anda falando. Isso até será tema do post de amanhã. Mas o inglês precisa que alguém o ajude, e rápido. Ou sua carreira irá para o limbo...

Sobre as besteiras na pista, errou feio ao tentar passar o Massa na Lowe's e o Maldonado na Saint Devote. As vezes, ele tem um branco e sai desembestado, atropelando que está na frente. Quando achamos que ele amadureceu, ele apronta. Precisa corrigir isso.

Um pouco mais sobre a vitória de Vettel. O alemão mostrou ontem, talento, para segurar uma Ferrari e uma McLaren, pilotadas por dois campeões mundiais, bom trato com os pneus, para aguentar quase 60 voltas com o mesmo composto e muito amadurecimento, por arriscar na estratégia e saber o que fazer na pista. E sorte. Com todos esses predicados, só uma catastrofe impede que ele conquiste o bi.

E quem merece destque também é Kobayashi. Belissima prova. Bom trato com os pneus, nenhuma besteira e um quinto lugar. Seu melhor resultado na F1. Já desperta olhares de times grandes. Precisa melhorar um pouco o ritmo de treino. Passar para o Q3 com frequencia poderá trazer ótimos resultados para ele.

Petrov e Pérez, os dois acidentados do fim de semana, estão melhores. Ainda bem.
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