Especial - Giancarlo Fisichella

Era dia 17 de outubro, dia chuvoso. Me dirigia a casa de uma amiga para a gravação de uma das entrevistas para meu TCC. A entrevistada seria essa própria amiga a Luciana – Lulis para os amigos -. Cheguei na estação da Barra Funda e ela já estava lá me esperando para irmos para sua casa em Pinheiros. Junto dela no carro, meu amigo e parceiro de grupo, além de noivo da própria Luciana, Glauco, outra amiga nossa da faculdade, a Mayara e o Bruno, câmera da produtora que estava filmando nosso documentário.

Como todos sabem, aquele chuvoso sábado era dia do treino de classificação para o GP Brasil. E eu estava louco para saber informações sobre a F1 naquele dia. Mas também tinha meu TCC para fazer. Fui ouvindo informações em meu MP4 até chegarmos na casa da Lulis. Lá, parei de prestar atenção nos treinos da F1 e me voltei à entrevista.

Terminada a entrevista com a Lulis, iríamos até a editora Abril, gravar outra parte do documentário com outro entrevistado. Era pouco mais de 13h e a Lulis, que não é muito fã de F1, ligou o rádio para acompanharmos no carro como iam as coisas. Foi quando ela disse:

- Di, por que você não faz um especial sobre o Fisichella no seu blog?

Pensei um pouco e respondi.

- É taí uma boa idéia para fazer no fim do ano, quando a temporada terminar.

Pois é. Fim de temporada, e decido atender ao pedido de uma amiga. La vai um pequeno especial sobre o piloto italiano Giancarlo Fisichella, de quem a Lulis é fã.

O inicio

Giancarlo Fisichella nasceu em Roma, no dia 14 de janeiro de 1973. Começou sua carreira automobilística aos onze anos, competindo de kart em sua terra natal, onde ficou até os quinze anos. Seus bons desempenhos os credenciaram a disputar então os campeonatos europeu e mundial de kart. E logo em seu primeiro ano foi vice-campeão europeu da categoria, repetindo o feito em 1991.

O bom desempenho nas corridas de kart o levaram para a F-3 italiana em 1992, onde se destacou. Na temporada seguinte alcançou o vice campeonato da categoria e enfim o título em 1994.

Mas a situação para continuar nos monopostos estava difícil e em 1995 ele resolveu correr no campeonato internacional de Alfa Romeo.

No entanto, o jovem piloto recebeu uma proposta irrecusável em 1996. Credenciado pelas boas apresentações na F-3 italiana, Físico, um de seus apelidos, foi convidado a correr pela equipe italiana Minardi, na F1, categoria máxima do automobilismo. E lá foi ele, realizar seu sonho de pilotar na F1.

Na pequena equipe, disputou oito provas, conseguindo como melhor resultado um oitavo lugar no GP do Canadá. Contudo, foi substituído por Giovanni Lavaggi. Sem um carro para disputar o restante da temporada, Físico recebeu uma oportunidade da Ferrari para testar pela equipe, o que é o sonho de todo piloto italiano.

Uma vez dentro da F1, Fisichella, mesmo sem completar a temporada de 1996, chamou a atenção de algumas equipes, entre elas a Jordan, para onde ele se transferiu. E fez sucesso na equipe. Tendo como companheiro Ralf Schumacher, irmão do já bi-campeão Michael Schumacher, Giancarlo conseguiu ótimos resultados, como dois segundos lugares nos GPs do Canadá e da Bélgica. Terminou o ano em oitavo com vinte pontos.

Sempre atento aos novos talentos que surgiam na F1, o italiano Flávio Briatore, empresário que lançou Michael Schumacher na Benneton no início da década de 1990 e com ele conseguiu o bi-campeonato da F1, convidou Físico para correr pela própria Benneton. Entretanto, a equipe já não figurava mais entre as principais da categoria, o que impediu o piloto de conquistar vitórias. Entre 1998 e 2000, Fisichella competiu correu pelo time e as vitórias sempre bateram na trave. Mas conquistou alguns pódios e uma pole, no GP da Áustria em 1998.

Em 2001, a Renault comprou a Benneton e deu uma chance à Fisichella. Porém, com um carro ruim, o italiano pouco pôde mostrar. O melhor resultado naquele ano foi um terceiro lugar na Bélgica.

Sem um bom carro, Físico voltou à Jordan, que passava por momentos difíceis na F1. Por isso, ele marcou apenas sete pontos na temporada 2002, sua pior pontuação até então na categoria. Contudo, em 2003, Físico, mesmo com um carro ruim, conheceu a glória, ou melhor sua primeira vitória na F1, logo na terceira etapa, no Brasil.

Aquele GP Brasil foi um dos mais conturbados no país. A corrida foi disputada com chuva e vários acidentes ocorreram durante a etapa, o que ajudou Físico a ganhar várias posições. Quando liderava a prova, um forte acidente com Mark Webber e Fernando Alonso, interrompeu a corrida. No entanto, os pilotos não foram avisados e continuaram a prova. Na volta seguinte ao acidente, Kimi Raikkonen ultrapassou Fisichella e foi considerado o vencedor, subindo no lugar mais alto do pódio, com Físico em segundo.

Só após a corrida, analisando as imagens, que a FIA percebeu o erro. A prova já estava interrompida quando Kimi concluiu sua ultrapassagem e Fisichella foi considerado o vencedor e recebeu o troféu no GP seguinte, em Imola.

Mas mesmo com a vitória no Brasil, Físico teve mais um ano difícil na fraca Jordan e só pontuou na penúltima prova, nos EUA.

Sem um carro competitivo e com uma vitória na carreira, Giancarlo transferiu-se mais uma vez, agora para a Sauber, onde teve Felipe Massa como companheiro. Com um carro mediano, Fisi pontuou constantemente e terminou o ano em décimo segundo lugar.

Até aquele ano, Giancarlo Fisichella era visto como um piloto talentoso mas que nunca tinha tido um carro competitivo. Mas, em 2005, isso poderia ter mudado. De volta à Renault, Fisichella tinha tudo para, enfim, brilhar com um carro vencedor. E começou dando pinta de que confirmaria o status, vencendo a prova de abertura, na Austrália. Mas foi rapidamente ofuscado pelo talentosíssimo companheiro Fernando Alonso. Outra descoberta de Flavio Briatore.

Físico teve muitos problemas e passou treze provas sem frequentar o pódio. Só voltou a um dos três primeiros lugares em sua terra natal, a Itália em terceiro. Ainda conquistou um segundo lugar no Japão e terminou o ano em quinto, com 58 pontos, bem longe de Alonso, que marcou 133 e foi campeão.

No ano seguinte, novo inicio promissor, com uma vitória na segunda etapa, na Malásia e nova decepção durante o ano, com apenas mais quatro pódios, setenta e dois pontos e o quarto lugar no mundial, novamente bem atrás de Alonso, campeão novamente.

Batido por seu companheiro duas vezes seguidas, quando enfim tinha um bom carro nas mãos, Físico via mais uma possibilidade de ter sucesso na Renault, com a ida de Alonso para a McLaren. Entretanto, com a saída do espanhol, a equipe pouco investiu e o carro não era tão competitivo. De quebra, Físico foi superado novamente na classificação, agora pelo novato Heikki Kovalainen. Sem resultados significativos, Fisichella, mais uma vez, saia da Renault.

O italiano voltou a ter nova oportunidade na Force Índia, equipe do milionário indiano Vijay Mallya. Na primeira temporada da equipe, em 2008, poucos resultados expressivos. O melhor foi um décimo lugar na Espanha. Por ser uma equipe pequena, não dava para esperar muito. Mas no segundo ano, com um carro muito melhor na segunda metade da temporada, Fisichella conquistou os primeiros pontos da equipe. E não só os primeiros pontos, como a primeira pole e o primeiro pódio, no GP da Bélgica, onde Físico sempre andou bem.

O bom desempenho chamou a atenção da Ferrari, que procurava um substituto para Felipe Massa, que havia sofrido um grave acidente e que não participaria mais da temporada. Físico aceitou na hora o convite e realizava o sonho de pilotar os carros vermelhos da escuderia italiana. No entanto, ele não conseguiu mais marcar pontos pela Ferrari nas cinco corridas que disputou.

Para o ano 2010, Fisichella já tem lugar garantido como terceiro piloto da Ferrari, mas ainda estuda a possibilidade de ter uma vaga de titular em alguma equipe. A Sauber é uma oportunidade.

Fisichella na visão do blogueiro

Sempre achei o Físico um bom piloto. Nada acima da média, nada de espetacular. Mas que poderia ter conquistado alguma coisa melhor, caso estivesse com o carro certo na hora certa.

É a típica promessa que nunca vinga. Conquistou resultados expressivos em equipes pequenas, mas quando tinha um carro vencedor nas mãos, foi ofuscado por um companheiro talentosíssimo como Alonso.

O mundo da F1 não perdoa casos como esse. Uma pena, pois ele poderia ter conquistado coisas melhores, ter alçado vôos maiores.


Números do Físico na F1

GPs disputados – 231

Largadas –
228
Vitórias – 3

Poles Position –
4

Pódios –
19

Pontos conquistados até 2009 –
275

Voltas mais rápidas –
2
Primeiro GP – GP da Austrália de 1996
Primeira vitória – GP do Brasil de 2003

Equipes –
Minardi (1996), Jordan (1997, 2002 e 2003), Benneton (1998 a 2000), Renault (2001, 2005, 2006 e 2007), Sauber (2004), Force Índia (2008 e 2009) e Ferrari (2009)

Fonte - Wikipedia
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1 comentários:

Lulis Gomes disse...

Eu adoro ele, não me ligo muito em F1, porém sou fã dele e do seu blog :)

Obrigaaada demais pela matéria :)