Corridas Inesquecíveis - F1 - Adelaide, 1991

Aproveitando o gancho do GP da Malásia, que terminou antes dos 75% previstos no regulamento, para a validação dos pontos integralmente, falemos do GP da Austrália de 1991, em Adelaide.

Esse foi o último GP de F1 que terminou com os pontos distribuídos pela metade, assim como a última corrida discutida nesse quadro, Mônaco 1984. Só que muitos não dizem, ou não sabem, que mais um fato aconteceu em Adelaide 1991. Foi o último GP de Nelson Piquet na F1.



O tricampeão, encerrava de forma, até meio que melancólica, a sua gloriosa passagem pela categoria máxima do automobilismo. Naquele momento, ele era um dos pilotos mais vencedores da categoria, mas não estava em um bom momento.

A carreira de Piquet na F1, foi marcada por polêmicas, irreverência e acima de tudo, pelo alto nível de competitividade, que ele sempre apresentou. Notoriamente um dos pilotos mais regulares da história, Piquet nunca venceu um campeonato sendo o maior vencedor de GP's. Sempre procurou marcar pontos. Essa pode ser considerada uma de suas caracteristicas mais marcantes, além de ter sido, se não o maior, um dos maiores acertadores de carros, já que ele sempre se preocupava e gostava muito de mexer na parte mecânica do carro.



Após vencer os campeonatos de 1981, 1983 e 1987, correndo por Brabham e Williams e já consagrado, passou duas temporadas horríveis na Lotus, em 1988 e 1989. Piquet, então, foi para a Benneton em 1990, na perspectiva de voltar a brigar por vitórias e por títulos. Mas não conseguiu ser constante, já que o motor Ford Cosworth, que equipava o time, era o ponto fraco do ótimo carro. Piquet fechou o campeonato na terceira posição, longe da McLaren de Senna e da Ferrari de Prost, mas com um belo resultado para uma equipe mediana, e com duas vitórias (Japão, na última dobradinha brasileira da história e Austrália).



1991 começaria da mesma forma que 1990. Nelsão tinha boas perspectivas, mas novamente a Benneton não correspondeu com um carro a altura. Só uma vitória, no GP do Canadá, e a sexta posição no mundial de pilotos. Isso foi a gota d'agua para que ele, aos 39 anos, resolvesse abandonar a F1.

Mas o ano de 1991, pelo menos, proporcionou duas boas histórias para ele contar e para quem adora F1. A primeira, foi a única vitória dele naquela temporada. Piquet vinha na segunda posição, a mais 50 segundos atrás de seu desafeto, Nigel Mansell. Na última volta, o Leão, do alto de sua arrogância, começou a diminuir e a acenar para a torcida. Erro gigantesco. Por causa desse ato burro, o alternador do carro não conseguiu alimentar toda a eletrônica sofisticada da Williams, fazendo o carro morrer. Piquet, sem culpa nenhuma, venceu. Na volta para os boxes, ele passou por Mansell e irônicamente acenou para o inglês. E ele ainda achou tempo para soltar essa depois do GP.



"Quando vi o carro do Mansell parado, quase tive um orgasmo".

A segunda boa história do ano, aconteceu em seu último GP. A corrida, como já disse, foi terminada poucas voltas após ser iniciada, mais precisamente na volta 14. Sem entender muito o que aconteceu, Piquet não saiu do cockpit e lá ficou, implorando para Giorgio Ascanelli, seu engenheiro, que lhe deixasse voltar a pista, para uma saideira. Ascanelli chegou a considerar o pedido, mas refugou, já que o circuito estava fechado o que poderia implicar em punições ao time. E assim terminou a carreira de um grande campeão.

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