OFF POST - 15 anos sem um mito

O ano de 1994 foi sem dúvida o ano mais triste da vida desse blogueiro que vos fala. No dia 1º de Maio, perdi meu grande ídolo de infância, o saudoso Ayrton Senna, de forma trágica. Nunca chorei tanto em minha vida. A perda de uma pessoa em quem você se espelha é muito dolorosa, principalmente para uma criança de 6 anos de idade e que sonhava em ser piloto de F1.




Os anos passam, as pessoas crescem e aprendem a admirar outras pessoas. Nunca deixei de idolatrar Ayrton Senna, mas isso não me impedia de admirar outras pessoas, principalmente nos esportes, uma de minhas grandes paixões. Michael Jordan, Michael Schumacher, Gustavo Kuerten, Marcos são apenas alguns nomes de meus grandes ídolos.

Mas com o passar dos anos e minha entrada na adolescencia, outra paixão veio forte e meu arrebatou. A paixão pela música, pelo Rock'n'Roll e por guitarras, com distorção no talo, de preferência. Isso aconteceu mais ou menos na época em que eu ganhei meu primeiro computador. Nele, havia uma lista com centenas de músicas, em sua maioria rock, pelas quais me apaixonei. A intenção era ouvir todas, de AC/DC a ZZ Top. Mas por muito tempo, fiquei estacionado na letra N. Foi ali que descobri um novo ídolo.

Eram sete músicas que eu tinha dessa banda no meu PC. Sete músicas que eu não parava e que eu não cansava de ouvir. Também, foram retiradas do albúm que mudou o rumo da música nos anos 90 e que reviveu o bom e velho Rock'n'Roll. Ali eu descobria o NIRVANA e ali eu começava a idolatrar Kurt Cobain.

Como todo jovem que adora fuçar por ai, é óbvio que fui pesquisar a história da banda em seguida. Descobri que o Nirvana era um trio de Seattle, que vendeu mais de 50 milhões de cópias mundo afora, que havia gravado 5 albúns e que já não existia mais, desde 1994, quando Kurt Cobain tinha se suicidado, pouco menos de um mês antes da morte de Senna, no dia 5 de Abril. Duas tragédias em pouco menos de um mês. Dois ídolos mortos em um curto espaço de tempo. Muito f...

Me lembrei de um fato meio estranho com tudo isso, ao pesquisar os shows que o Nirvana tinha feito. Em Janeiro de 1993, a banda esteve no Brasil, para dois shows, que depois foram considerados os piores da carreira da banda. Eu, tinha 5 anos na época e adorava assistir TV até tarde, principalmente nos finais de semana. No dia 23 daquele mês, a Globo transmitiria ao vivo o show da banda. Eu, sem nada pra assistir e já com sono, deixei o canal ligado na Toda Poderosa e vi a primeira música apresentada por eles, School. Foi meio que sem querer, mas marcou. Não a ponto de me tornar um fã aos 5 anos, mas me lembro até hoje.

Mas foi o jeito, a energia e o carisma de Kurt que me impulsionaram a querer aprender a tocar guitarra. Comecei com um velho violão do meu pai, um di Giorgio 1982. "Come as you are" e "In bloom" foram as primeiras músicas que aprendi, mesmo sem nunca ter feito uma aula. Mas é fácil tocar Nirvana. Não descansei enquanto não aprendi a tocar todas.

Kurt Cobain, assim como Ayrton Senna, deixou esse mundo de forma trágica, para se tornar um mito, um ícone de uma geração. Muitos criticam o Nirvana, acham a banda uma porcaria, dizem que Kurt não passava de um viciado que não sabia tocar e que escrevia letras sem nexo. Respeito todas as opiniões, mas só sendo fã para saber o que isso significa pra você. O que eu sinto quando ouço qualquer música do Nirvana é algo especial, mágico, que me deixa em transe total, algo sem explicação. E cá entre nós, uma banda que fez o que fez como o Nirvana, saindo do nada, sem divulgação e sem marketing, no minímo algo de bom tinha e não pode ser essa porcaria que muitos acham que é.

Cobain fazia arranjos simples e letras em que colocava a preocupação, a esperança e as aflições de muitos jovens e isso acertou em cheio no coração e na alma de muitos, como eu. Por isso o Nirvana virou esse fenômeno.

Kurt Cobain deixou um legado. Pena que ele não está mais entre nós para ver isso. Coisas da vida.





Muito obrigado, Kurt Donald Cobain.

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