Mais sobre a padronização

A noticia mais comentada durante essas semanas de definição de título na F1, nada tem a ver com os dois concorrentes ao caneco. Bom, tem a ver, mas indiretamente, por enquanto, e a médio prazo. A disputa entre Felipe Massa e Lewis Hamilton divide espaço com noticias sobre a politica da F1 e com a crise econômica mundial, nesse meio.

Todos sabemos que Max Mosley, presidente da FIA, inventou uma história de padronizar os motores, a partir de 2010. Essa seria uma medida para o famoso corte de custos que a F1 quer porque quer (e precisa) implantar, em virtude da crise econômica que afeta a todos, direta e indiretamente.

Mas a histórinha já está rendendo frutos. Frutos e revolta. A Toyota foi a primeira a se manifestar contra a idéia, ameaçando retirar-se da categoria caso a medida fosse tomada. Mosley parece ter dado de ombros e seguiu com seu projeto. Hoje foi a vez da Ferrari se manifestar. A equipe mais tradicional e a maior vencedora da F1, adimitiu que pode sair da F1 pelos mesmos motivos apontados pela Toyota, ou seja, não haverá um porque continuar em uma categoria em que não se pode desenvolver suas tecnologias.

Bom, tenho minhas dúvidas em relação a essa história. Sou adepto da teoria de que Max Mosley está blefando, tentando tirar o maior proveito possível disso e explico porque.

  • Lançando essa história de padronização de motor e de caixa de câmbio, Mosley negociará coisas muito maiores com as montadoras, que ficarão mais abertas a discutir para não terem que entrar nessa de igualdade. A FIA quer mostrar quem manda, mas tem que tomar cuidado, pois a força das montadoras é muito grande.
  • Como o amigo Maurício Fujii comentou no post anterior, a F1, além de uma competição é uma vitrine para as montadoras. Mas comercialmente, a F1 tem uma relevãncia muito alta. As montadoras poderiam muito bem sair e continuar tocando seus negócios e até formarem outra competição, mas cá entre nós, participar da F1 dá uma visibilidade muito maior do que qualquer outra competição e também da a chance de se desenvolver muito mais. Comercialmente, seria ruim para os dois grupos. Por mais que cada um veja apenas o próprio interesse, haverá cessões dos dois lados. E Mosley, que não é burro nem nada, não irá prejudicar a imagem da F1 por causa disso e deverá ceder um pouco mais.
  • Isso seria um passo para trás nas questões tecnológicas. Não da pra pensarmos em F1 sem isso. Esse é o grande barato, sempre se desenvolver para andar mais rápido. Limitar isso tornaria as corridas em brincadeiras como o carrossel, onde um carrinho anda atrás do outro em fila indiana. Ou seja, a F1, que já anda meio chata com alguns circuitos que não já podem ser chamados de "parque de diversão", acabaria com a ultrapassagem. Já pensaram na Ferrari fornecendo um motor para a Force India, identico ao que irá no carro do Felipe Massa? Não da não é. E desagradar uma equipe como a Ferrari não deve ser muito bom.
Como disse o outro amigo, Fábio Andrade, Max Mosley parece estar sozinho nessa causa. E ele pode acabar causando a ira em quem não deveria.
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